quinta-feira, 17 de março de 2011

Lua Ardente






A noite vem sempre ao encontro de mim numa ténue dança de magia e sedução, tal como tu...
Passo o dia inteiro à sua espera e na esperança que com ela também tu chegues a serpentear por entre as estrelas como se fosses um rio de sonhos nascido do Mar da Tranquilidade descendo desde a Lua até ao meu coração.
É no meio da escuridão que te observo a meu belo prazer vislumbrando o teu sorriso à luz do luar debaixo de uma teia de momentos perdidos e enublados pelo tempo que não perdoa a nós, meros mortais.
O Sol esconde-se nas colinas da saudade e docemente vai perdendo o seu brilho, antecipando elegantemente a tua chegada ao nosso Novo Mundo, ao nosso livro de páginas brancas que ainda se encontram por escrever.
As nossas almas perdoam e culpam-se mutuamente pelas viagens ainda por fazer na rota de um destino incerto mas inevitável, um destino que teima em nos unir num fraterno laço inquebrável que coisa alguma consegue separar...
A Lua nasce ardente como um braseiro e lembra-me que só mesmo tu me incendeias o coração e a alma, como se até à tua chegada eu fosse apenas um vulcão adormecido... mas só até tu chegares.
Sempre que chegas tudo perde a importância involuntariamente, sem que haja sequer uma escolha alternativa, limito-me a ceder ao anseio de correr para os teus braços e abandonar-me à sorte que este amor me reserva há tanto tempo em segredo, segredo esse escondido nas linhas da palma das nossas mãos.
A Lua parte mas regressa em novas formas, no entanto, sempre mais bela e misteriosa...tal como tu meu amor, por isso, não deixes nunca de ser quem és, não percas nunca o teu brilho tão próprio que mesmo quando se encontra pálido e desmaiado, continua a ser o brilho que me conquistou um dia para nunca mais me desocupar o coração...
Podes ir minha amada, eu ficarei à espera do próximo pôr-do-sol que com certeza te trará de novo até mim... mas não demores, custa-me imenso estar sem ti...





by
Scorpshine

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